Tela Branca
Olho para Ti!
Recolho-me em Ti. Envolvida em guerras interiores, remexida por dores profundas, olho para Ti!
Tu que foste maltratado, injustiçado e que mesmo assim perdoaste, mesmo assim AMASTE.
Olhando para Ti peço-Te, suplico-Te que me ensines esse amor de perdão.
Vem assim, bem daqui do fundo uma vontade enorme de Te gritar ajuda, de Te gritar proteção e abrigo, uma vontade enorme de Te pedir um abraço.
E assim me fico... no abraço silencioso.
Aí é permitido que as palavras faltem, que os gritos de ajuda saiam, que as lágrimas caiam, que o silêncio não seja constrangedor mas sim fecundo.
Aqui, neste abraço silencioso é permitido que a cabeça fique em branco, tanto é permitido como aconselhável, para que assim possas ser Tu o autor desta Tela...
Começas por pinta-la com cores quentes, como as cores das flores que te adornam, ou da luz que Te alumia e que aconchega. Pintas a tela com a cor do abraço, do carinho, com a cor da contemplação.
Continuando a dar vida a esta Tela, pegas nas cores frias, que para além de eu fazer de tudo para afastá-las, Tu insistes em pintá-las, porque a verdade é que mesmo que as queira esconder elas fazem parte desta obra, e estão lá!
Contudo, não me deixas que a pintura acabe assim, e vais à busca das cores neutras, baseadas na toalha que te suporta, ou da cor que te reveste, fazendo assim com que a tela fique com um carácter de paz e tranquilidade.
Ao longo da pintura, usasTe tanta cor e algumas bem fortes, mas distanciando-me...
agora percebo a beleza desta obra de arte, e que não há melhor decisão do que deixar que sejas Tu o artista da obra.
Ajuda-me a ser tela branca para que assim sejas Tu o autor, o pintor.
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